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Autor: Anne Marie Lucille[1]
Conteúdo Revisado e Ampliado: 16 de Janeiro de 2023
No entanto, ao final de tudo, sabemos bem que a verdadeira intenção dos nossos atos assistenciais, de fato, é o nosso próprio beneficiamento, embora, eufemisticamente, quase sempre sejam apresentados como oferendas ou aportes puramente altruístas.
Dar para receber faz parte dos costumes de todas as tradições ou culturas humanas civilizadas. Socialmente, aparentemente, não há gesto de caridade, benevolência ou ato de boa vontade, cujo desfecho final não tenha a autopromoção ou desejo por mérito como motivação capital.
Acreditamos que apenas nossa interferência é capaz de fazer diferença na condução da humanidade, por isso mesmo, a depender do tamanho do mérito conquistado, sempre ficamos no aguardo de uma régia e proporcional recompensa, seja um aporte material imediato ou espiritual a longo prazo.
Entretanto, talvez a questão mais importante seja descobrir como, ou por meio de quem, vamos saber do que se trata.
Como se tudo isso não bastasse, depois de tomar conhecimento da nossa missão terrena, ainda nos resta outra questão: O que determina o início e o fim dessa misteriosa obra ou apostolado? Que autoridade ficará encarregada de conferir, e finalmente bater o martelo dando por encerrado todo esse processo existencial?
Afinal de contas, em nosso mundo, tudo que existe tem uma função, ou motivo existencial, um início e um fim.
Em nossa vida diária, para a fabricação ou confecção de bens materiais capazes de atender nossas demandas, o processo funciona mais ou menos segundo estes critérios. Criamos porque cada objeto tem uma função, uma causa, e essa destinação nós conhecemos bem. Eles existem porque existimos. Mas, será que a mesma regra se aplicaria em relação à vida humana? Isto é, poderá servir de modelo ou parâmetros para explicar as razões da existência de cada homem?
Em nosso mundo lógico e analógico há um motivo para tudo; uma função ou utilidade. Sem essas prerrogativas não teria sentido a existência de nada. O existir de algo sem utilidade seria ilógico, incoerente, absurdo, insensato, ao menos, segundo nosso ponto de vista.
Por exemplo, em nosso mundo de funcionalidades, cada item criado ou concebido tem um claro propósito, e isso representa, seu Motivo Existencial.
Depois de feito, aquele item, para sempre, deverá passar por vários processos de atualizações e mudanças, ao qual poderão ser acrescentadas novas funcionalidades; menor ou maior durabilidade, tudo isso, a depender de sua utilidade, necessidade, interesses do fabricante ou consumidor, e assim por diante. Atualizar não significa refazer o projeto, mas apenas lhe acrescentar as devidas correções, detalhes fundamentais para aumentar sua vida útil, viabilizar e justificar seu uso regular. Refazer é fazer um novo. Poderá ter características semelhantes ao modelo anterior, mas não é o mesmo, embora o possamos considerar como um similar.
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