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Autor: Alberto Filho[1]
Conteúdo Revisado e Ampliado: 16 de Janeiro de 2023
Quem leciona sabe o valor que tem as brincadeiras no universo infantil. Então, por que não usar esse recurso a seu favor durante as aulas? Os benefícios são muitos, dentre os quais, servirá para transmitir conteúdos e conhecer a personalidade das crianças. Servirá ainda como meio para descobrir quais suas dúvidas e avaliar com precisão seu nível de conhecimento.
O comum, segundo a inflexível tradição pedagógica, é que os professores não deixem a brincadeira ocorrer espontaneamente, e tentando exercer o controle de tudo com suas próprias ideias, acabarão por inibir ou anular o desenvolvimento de diversos e importantes aspectos para a personalidade infantil. Brincando de maneira espontânea a criança aprende a lidar com o mundo e forma as bases de sua futura identidade.
Ali, ela recria situações do cotidiano, experimenta sentimentos básicos, como medo, ansiedade, frustração, carinho, e assim por diante.
Só não dá para adaptar uma brincadeira a um determinado conteúdo distorcendo sua forma original. Trata-se de uma atividade que, pela sua natureza espontânea, não pode ser controlada. Mas, sendo bem usada poderá se transformar numa excelente ferramenta de instrução e potencialização cognitiva.
A brincadeira não deve ser confundida com os jogos didáticos, onde o instrutor tem controle total sobre as atividades. No jogo espontâneo a interferência deve ser mínima para não tirar a liberdade das crianças nem inibir o grupo.
Antes das instruções, vamos entender qual a diferença entre Jogos Didáticos, Recreação e Brincadeiras.
A Brincadeira é organizada de maneira livre e autônoma pela criança. Nela as coisas deixam de ter sua função real e se transformam; é uma espécie de reino do faz-de-conta onde quem manda é a imaginação de cada protagonista.
A Recreação também é uma atividade espontânea da criança e é totalmente organizada por ela. É diferente da Brincadeira porque não tem necessariamente uma dimensão simbólica. Além disso, enquanto na brincadeira a criança pode ficar quieta, a recreação está normalmente associada ao gasto de energia e ao movimento.
O Jogo Didático simula uma brincadeira, mas não é feito espontaneamente pela criança, nem ela pode simular coisas do faz-de-conta. As regras são definidas pelo instrutor. Ali os conteúdos didáticos e cognitivos são apresentados em forma de brincadeiras. Todo processo é organizado e controlado pelo adulto.
Que papéis cada aluno representa?
Como as crianças se fantasiam e criam seus personagens fictícios; como se comportam fantasiadas ou interpretando personagens?
Elas usam tempos verbais diferentes para separar o jogo da realidade?
Quantas crianças se unem em cada grupo? Algumas ficam sozinhas? Alguém não brinca?
Meninas e meninos ficam juntos?
Quais os espaços preferidos e durante quanto tempo as crianças brincam?
Na atividade elas se referem aos assuntos da aula, do cotidiano, da televisão ou exploram livremente outros temas?
Que brinquedos preferem: artesanais, industrializados, ou outros objetos aceitos na hora e improvisados como brinquedo?
Os assuntos que preocupam os alunos – os fatos geradores.
Como o grupo se relaciona internamente.
Traços da personalidade de cada um. Você poderá ver quem tem espírito de liderança, quem tem mais ideias, quais os mais tímidos ou passivos.
Terá oportunidade de estudar o Aspecto Emocional de cada um.
Outra informação que surge são os conhecimentos que os alunos já possuem. Avaliar esse tipo de atributo em sala de aula não é possível, e muitas vezes o instrutor não tem como saber quais são os temas que as crianças dominam, assim como seu nível de Linguagem e qualidade de Expressão, inclusive a corporal.
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