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Autor: Jon Talber e Ester Cartago[1]
Conteúdo Revisado e Ampliado: 16 de Janeiro de 2023
Se a prevenção é o melhor remédio, isso significa planejamento. Significa que precisaríamos planejar nossos atos, e mesmo a educação de um filho, deveria ser cuidadosamente estudada antes mesmo de sua concepção. Não estamos falando da educação em escala, o modelo mecanizado já consagrado praticado largamente em todos os recantos ou instituições pedagógicas, sejam pagãs, ideológicas ou religiosas.
Nesse caso, estamos nos referindo ao modelo educacional onde o instrutor é ao mesmo tempo educando e educador. Transmitir conceitos impressos com o propósito de que o aluno assimile a experiência implícita por trás das palavras é o mesmo que tentar construir uma casa começando pelo teto. Fazendo uma analogia, seria como tentar descobrir o caminho de volta de um lugar para o qual não existe caminho de ida.
A palavra jamais significará a coisa que se presta a retratar. Mas poderá servir como roteiro para informar que aquilo merece ser examinado, investigado, e se for possível, evidenciado, autenticado e comprovado por meio da autoexperimentação. Só o próprio indivíduo poderá comprovar, uma vez que a compreensão factual só poderá existir a partir da experiência pessoal.
Disciplinar pela força de uma tradição, pela imposição do medo ou por meio de compensações é o mesmo que tentar remendar roupa velha com retalhos ainda mais velhos. Não funciona; não há como esconder o dano. Ocorre que roupa velha não deixa de ser velha por meio da aplicação de novos remendos. Uma velha recorrente não se corrige com uma nova e temporária maquiagem.
O fato é que nossa educação contém os maus e os bons costumes, e tudo isso faz parte da nossa cognição. Uma criança aprende porque esta é sua função e não porque existem os instrutores para isso. Um instrutor a direciona para um determinado objetivo, que pode ser improdutivo ou produtivo. O ato de aprender pode significar involução e retrocesso ou evolução e progresso. Para repetir conceitos e tradições, como isso não requer o emprego da dúvida, não precisamos de instrutor, uma vez que o ato de imitar, que é uma capacitação de berço, é o único pré-requisito necessário.
De aprender todos são capazes. Saber destruir e construir, ambas, são formas de aprendizado que requer instrução. Saber direcionar esse aprendizado para destruir ou construir de maneira consciente, dirigida, planejada, eis a função do docente. Se destruir um vício é o objetivo, eis o papel da verdadeira instrução. O mesmo vale para a construção ou potencialização de uma virtude já consolidada.
Sim, um mau comportamento, para nosso cérebro, tem o mesmo peso de um vício. Trata-se de um hábito, um gesto mecanizado que não precisa do intelecto para ser processado, fixar suas raízes e florescer.
Observe uma mente vazia, e ela estará sempre em busca de uma ocupação. Pode ser qualquer coisa. Pode ser o que formalmente consideramos inútil, quanto o que julgamos útil. E é nesse vácuo criado pela ociosidade, falta de direcionamento consciente e ausência de coerência, que se manifestam os vícios, as manias, os Pensamentos Patológicos com suas nuances Sociopatas.
Uma criança pequena é incapaz de raciocinar com clareza, uma vez que ainda não possui um lastro de informações, ou volume de memórias suficientes para isso. Mas já hospeda idiossincrasias inatas que a predispõe a sentir, de modo inconsciente, atração e afinidade por certas coisas, sejam alvos espontâneos ou aqueles patrocinados ou sugeridos pela mesologia. A despeito disso, ela já é uma exímia imitadora, e possui o dom natural de ser amestrada, embora ainda careça de um instrutor para direcionar e qualificar o seu aprendizado.
Para aprender a andar não precisa pensar, basta ser capaz de imitar aquilo que se vê. O Pensar qualificado requer planejamento, informação, atenção e organização; requer ainda um objetivo e uma Motivação, e nunca é um processo involuntário. Por outro lado, a imitação sempre o é. Não devemos confundir o processo de imitação inato, com o desejo de imitar pós-nato ou voluntário.
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