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Autor: Jon Talber[1]
Conteúdo Revisado e Ampliado: 16 de Janeiro de 2023
É quase certo que num ambiente assim, os filhos, de bom grado, dariam mais atenção aos conselhos dos seus pais. Não haveria então a necessidade de uma autoridade para reger, como se fora um monarca, as normas da casa, uma vez que a dúvida seguida pelo debate seria o melhor termômetro de união e consonância do grupo.
Tendo a liberdade de falar em casa, sem restrições ou condenações, filhos e filhas, teriam em seus pais sua fonte segura para tirar suas dúvidas, a despeito de toda influência do mundo exterior. Não se deixariam contaminar facilmente pelo apelo das drogas, dos maus hábitos, das posturas sociais desequilibradas, das más companhias, dos conselhos insanos, mesmo que partindo dos melhores amigos.
No entanto, ao se vestir como uma autoridade máxima, inflexível e muitas vezes inacessível, como é a postura da maioria dos pais, a motivação ao questionamento pessoal ou existencial nunca é estimulado. Da parte dos pais isso ocorre até como uma postura bisonha de proteger esse mesmo autoritarismo, que no fundo revela um imaturo e estúpido desejo oculto de sentir-se poderoso, capaz de dominar, a exemplo de um regente segurando às rédeas do seu regime monárquico.
Os pais pecam no momento em que se isolam dos filhos; quer dizer, ao excluírem de sua proposta de realização pessoal os demais membros da família. Sim, porque os pais, a despeito do cumprimento das obrigações familiares, possuem desejos individuais exclusivos, e na maioria das vezes, contrários aos do restante dos membros da casa.
Pelo fato de ter acompanhado o crescimento dos filhos, até por uma questão geográfica, já que compartilhavam do mesmo ambiente familiar, o que favorecia o contato mais íntimo, isso poderia servir de qualificação para que os pais fossem capazes de “traçar um perfil” psicológico fidedigno dos filhos, e isso incluiria saber quais são suas predisposições. Ocorre que eles demoram a aceitar o fato de que as crianças que viram nascer, psicologicamente, não existem mais.
Não são mais simples autômatos formatados para refletir eles próprios, disciplinados ou domesticados por medo de castigos, ou obedientes por força das gratificações. Até que ainda poderiam agir dessa forma, mas animicamente, certamente que são outros indivíduos, talvez ainda desconhecidos desses progenitores, cuidadores ainda obcecados com a ideia de que, para manter o poder de autoridade sobre a prole, a distância é coisa fundamental, sendo de fato, um item inegociável.
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Jon Talber - jontalber@gmail.com
É Pedagogo, Antropólogo e autor especializado em Educação Integral e Consciencial. É colaborador voluntário do nosso Site.
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