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Autor: Jon Talber e Ester Cartago[1]
Conteúdo Revisado e Ampliado: 16 de Janeiro de 2023
Salvo as exceções genéticas – a exemplo do filho de uma mãe já viciada em drogas –, ninguém se vicia em alguma coisa involuntariamente. A causa do vício começa na psique, e a depender dos desdobramentos, poderá se tornar uma patologia física. Não existe desejo inconsciente, todos são conhecidos, calculados, pensados. Se a mente se torna dependente de uma mania é simplesmente porque aquilo lhe proporciona algum tipo de satisfação. Não existe vício sem satisfação, ou seria aversão, e isso representaria o fim do problema.
Por que ninguém é viciado em algo que não lhe proporciona algum tipo de prazer ou satisfação? Efeito colateral é uma coisa, satisfação outra. Veja-se o guloso. Ele come sem medir as consequências ou sem contemplar uma eventual indigestão. Mas, tanto o mal estar do excesso, quanto a indigestão em si, não são os efeitos primários pretendidos. Antes disso, o objetivo é o prazer que lhe proporciona a sensação de saciedade ou sabor das iguarias, e assim por diante.
Dependência psicológica está sempre associada ao prazer. Confunde-se, equivocadamente, dependência física com psicológica. Não é a mesma coisa, embora algumas vezes, uma se torne o agente motivador da outra. Ter fome é uma dependência física, uma necessidade, mas não um vício, nem um desejo. Por outro lado, fumar é um desejo, que pode se transformar em vício, ou dependência física, mesmo não sendo uma necessidade somática. Ou seja, nosso corpo primariamente não precisa de um suprimento de nicotina para sobreviver.
Mas nosso pensamento julga que sim. Evidentemente que está equivocado, doente, em desequilíbrio. Isso ocorre porque é uma mente mecanizada, preguiçosa, nosográfica, que não pratica a virtude da dúvida; uma mente que se especializou na indolência, que se presta tão somente a imitar. Em uma terra sem dono, onde inquilinos passivos e indolentes passeiam indiferentes, a exemplo de uma mente preguiçosa, os posseiros ativos em pouco tempo ocuparão aquele latifúndio, sem a resistência dos nativos.
Assim, nosso pensamento, no final das contas, é o agente responsável por determinar todas as nossas dependências. Uma mente organizada pela disciplina e motivada pela dúvida, sempre terá o aprender lúcido como pauta, e por isso se mantém ocupada, repleta de afazeres profícuos, e essa é sua natureza. Uma mente mecânica, ociosa, preguiçosa, imitativa e não inquisitiva, não tem rumo, nem projetos, e sempre irá se dispor a repetir qualquer coisa, inclusive as deformações e sociopatologias.
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Jon Talber - jontalber@gmail.com
É Pedagogo, Antropólogo e autor especializado em Educação Integral e Consciencial. É colaborador voluntário do nosso Site.
Ester Cartago - estercartago@gmail.com
É Psico-orientadora especializada em educação Integral e Consciencial, Antropóloga, pesquisadora de Fobias Sociais e também escritora. Torna-se agora mais uma colaboradora fixa do nosso site.
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