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Autor: Anne M. Lucille e Ester Cartago[1]
Conteúdo Revisado e Ampliado: 16 de Janeiro de 2023
Educar para a vida não seria ensinar como sair dessa complexa confusão da qual, embora não sejamos autores, atuamos como fiéis multiplicadores? Será que podemos viver sem conflitos e sem medos? Teremos, de fato, tal capacidade?
O fato é que, mesmo dotados desse potencial, ainda não fomos capazes de colocá-lo em prática. Se nos falta qualificação para mudar um mínimo, de que forma essa transformação irá ocorrer no mundo dos nossos filhos, uma vez que irão herdar nossa atual mentalidade patológica, inclusive nossa incompetência em resolver nossos mais triviais conflitos nos interrelacionamentos?
Acordar com lucidez significa simplesmente parar de sonhar. Parar de acreditar que as fadas virão do seu reino numa espécie de cruzada sacra, com o único propósito de transformar, através do seu encantamento, todo desarranjo criado por nós. Se acordarmos a tempo ainda há uma chance real de mudar. Despertos, temos a oportunidade de ensinar às nossas crianças como construir. Na condição de não despertos, nosso modelo cognitivo é a destruição.
As crianças precisam conhecer um pouco sobre a vida que terão pela frente. É fundamental que aprendam sobre seus próprios pontos fracos, suas possíveis falhas e limites. Precisam saber que suas mães, periodicamente, quando sofrem bruscas mudanças em seu estado humoral, estão a passar por processos orgânicos naturais, que a moderna ciência chamou de Tensão Pré-menstrual.
Trata-se de um gesto sensato capaz de evitar inúmeros conflitos internos com seus filhos, que por não compreenderem a brusca mudança de comportamento da pobre matriarca, logo tiram conclusões equivocadas. E na maioria das vezes irão considerar aquele estado de impaciência e intolerância como confronto pessoal, o que tende a afetar todo equilíbrio e harmonia dentro do microcosmo familiar.
As crianças precisam saber desde cedo o que significa ficar velho, afinal de contas, isso também faz parte do seu provável futuro. Sendo a velhice um processo natural e fisiológico, involuntário, irreversível e inevitável, elas não poderão escolher e mudar seus destinos. Então, por que esconder delas essa condição como se fora uma espécie de evento bizarro ou praga virulenta?
Não seria uma maneira inteligente de criar entre jovens e idosos um maior vínculo de empatia e respeito? Isso decerto iria motivar uma maior aproximação entre os diferentes grupos etários, revertendo a óbvia indiferença dos jovens em relação à velhice, uma postura que em nossa civilização mais se assemelha a um costume social obrigatório. E o mais importante, funcionaria também como um alerta para o inevitável estágio etário que aguarda a maioria deles.
É bom lembrar que, a Lavagem Cerebral do mundo, com suas distorções e absurdos, começa cada vez mais cedo. Nossos filhos precisam demonstrar cada vez mais cedo uma predisposição natural ao questionamento. Se os pontos positivos dos seus temperamentos não são regados e potencializados, e sem Liberdade para Duvidar e Investigar, jamais terão coragem para pensar fora da caixa e efetuar as mudanças necessárias. E ali permanecerão passivos, a exemplo de nós, sem objetivos concretos ou esperanças, amargos pelas ilusões desfeitas, frustrados pelo que deixamos de fazer.
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[1]Anne Marie Lucille - annemarielucille@yahoo.com.br
Antropóloga e Pesquisadora na área da Psicopedagogia. Atua como consultora educacional especializada em Educação Integral e Consciencial.
Ester Cartago - estercartago@gmail.com
É Psico-orientadora especializada em educação Integral e Consciencial, Antropóloga, pesquisadora de Fobias Sociais e também escritora. Torna-se agora mais uma colaboradora fixa do nosso site.
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